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Friday, 29 de March de 2024
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Um novo Carro de Combate (CC) para os Regimentos de Carros Blindados (RCB)

Exército
Por

OEA EB3

Por: Alex Alexandre de Mesquita e Rodrigo Vargas Ubal

A Escotilha do Comandante(¹) nº 18 rememorou a iniciativa de modernização da Tropa Blindada ocorrida a partir de 1996, quando o Exército Brasileiro, face ao hiato tecnológico existente nos RCC, começou a substituir os seus Carros de Combate (CC) M41, pelos CC Leopard 1A1 e M60 A3 TTS, da Bélgica e dos Estados Unidos da América, respectivamente e, posteriormente, com a substituição dos 1A1 pelos CC Leopard 1A5 BR, da empresa alemã Krauss Maffei Wegmann (KMW).

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Este impulso, entretanto, não atingiu os Regimentos de Cavalaria Blindados, que permaneceram com os antigos CC M41, até que os Leopard 1A1 dos RCC, que foram substituídos pelos 1A5, passaram a integrar a frota das unidades do Comando Militar do Sul, e os CC M60 A3 TTS foram transferidos para o 20º RCB, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Em outros textos da Escotilha do Comandante buscou-se destacar a importância do RCB para a Doutrina Militar Terrestre, na condição de paradigma de organização de Forças Tarefas (FT).

20º-Regimento-de-Cavalaria-Blindado.2

Os textos destacaram, em particular, que a organização dos RCB, em duas subunidades de CC e duas de Fuzileiros Blindados (Fuz Bld), permitem a instrução e o adestramento com plena eficiência. Contudo, faz-se necessário modernizar os seus meios. Esta conclusão parcial realça os desafios impostos pelo moderno combate com blindados e pelos conceitos doutrinários atrelados às Operações no Amplo Espectro dos conflitos militares atuais. Uma característica desejável e, talvez, imprescindível, dentro desse ambiente doutrinário, para um novo CC, é possuir sistemas de direção e de controle de tiro com capacidade de visão noturna passiva, por exemplo.

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A título de sugestão, o estudo para a aquisição de um novo CC para o RCB deve ser dividido em três grandes vertentes e que estão relacionadas às características básicas de um blindado: Mobilidade, Potência de Fogo e Proteção Blindada. No quesito Mobilidade e Proteção Blindada, especial atenção deve ser dada ao peso e à pressão sobre o solo. Deve ser observada, ainda, a capacidade de operação em áreas humanizadas e a possibilidade de adição de equipamentos próprios para esse ambiente, sem comprometer estas características, como é o caso de blindagem adicional.

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Quando se trata da Potência de Fogo, é desejável manter o calibre 105mm, pois favorece a execução da Função de Combate Logística. Este canhão deve estar montado em uma torre estabilizada, o que adiciona a capacidade de atirar em movimento; por fim, o computador balístico desta VBCCC deverá ter condições de permitir a utilização das principais munições em uso atualmente. Após o declínio da Indústria Nacional deDefesa, que chegou a conceber o CC Tamoyo e o CC Osório, tornou-se cada vez mais difícil o desenvolvimento de um novo carro de combate.

torre de 105mm

Por isso, a adoção de uma VBCCC “pronta” se apresenta como a solução mais viável e realista para trazer o RCB à mesma condição das FT orgânicas das Brigadas Blindadas. Na prática, isso significa dizer que uma das melhores opções seria dotar os RCB dos mesmos meios dos RCC. Assim, além de padronizar os meios blindados, com as VBTP M113 e as VBCCC Leopard 1A5 BR(²), seria possível unificar a instrução; homogeneizar a Doutrina de blindados; facilitar a movimentação dos recursos humanos no âmbito dos RCC e dos RCB e a execução de atividades voltadas à Área Funcional Material e os Grupos Funcionais Suprimento, Manutenção, Transporte, da Função de Combate Logística.

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Sabe-se, contudo, que não há uma grande disponibilidade de Leopard 1A5 no mercado internacional que permita um projeto robusto de padronização com base nesta plataforma. Além disso, uma nova aquisição de VBCCC não será incluída no contrato de Suporte Logístico Integrado vigente ou futuro, de modo a garantir a mesma condição operativa dos atuais Leopard 1A5 BR. A alternativa, a médio prazo, seria discutir a aquisição do novo CC para o Exército Brasileiro, contemplando, também, os RCB.

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Sabendo-se que o ciclo de vida dos atuais Leopard 1A5, por força do seu contrato de aquisição, tende a se estender até 2021, juntamente com todo suporte técnico, logístico e de fornecimento de peças. Esta situação pode ser a oportunidade para um novo projeto, mais amplo, que caminhe para uma real padronização dos carros de combate do Exército Brasileiro, uma plataforma moderna; adequada às atuais necessidades; de utilização sustentável; com um suporte logístico e especialização de recursos humanos comum a todos os RCC e RCB e que permita a padronização da instrução e do adestramento com base na Doutrina Vigente.

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O desafio é grande, pois depende de aporte de recursos. Contudo, a experiência adquirida desde a implantação dos Leopard 1A1 e dos M 60 A3 TTS aliada ao atual Projeto Leopard garantem boas perspectivas para que no futuro os RCB sejam, enfim, contemplados com meios adequados ao cumprimento das suas missões. Concluindo, pode-se dizer que o momento de pensar no assunto é agora, aproveitando toda uma geração de oficiais e sargentos que cresceram sob o paradigma da família Leopard e têm muito a colaborar.

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AÇO, BOINA PRETA, BRASIL!

Nota da Redação : O Autor Alex Alexandre de Mesquita é Tenente Coronel da Arma de Cavalaria e Comandante do Centro de Instrução de Blindados contou com a colaboração do 2º Sgt Cavalaria Rodrigo Vargas Ubal, Auxiliar da Seção de Doutrina do CI Bld.

Notas : (1) Escotilha do Comandante, é uma publicação semanal no site do CIBld onde o autor da matéria escreve semanalmente sobre vários temas. (2) VBTP: Viatura Blindada de Transporte de Pessoal; VBCCC: Viatura Blindada de Combate Carro de Combate –

Fonte | Fotos: operacional