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Thursday, 28 de March de 2024
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O trabalho dos Peacekeepers Brasileiros ao redor do Mundo

Ministério da Defesa
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Pacepackerrs no mundo

O quantitativo do contingente brasileiro em missões sob a liderança da ONU é composto por militares das três Forças Armadas além de policiais e bombeiros. Você já sabe, a intenção é contribuir para o estabelecimento da paz em áreas de conflito e estreitar o apoio do Brasil às nações de Chipre, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Haiti, Líbano, Libéria, Saara Ocidental, Sudão e Sudão do Sul.

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Além da MINUSTAH, o Brasil atua, por exemplo, na Força-Tarefa Marítima (FTM) da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e na Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO).

Peacekeepers

Existem três funções bem distintas do Peacekeeper das Forças Armadas. Os “mantenedores da paz” mais conhecidos são os batalhões e contingentes de um determinado país. É o pessoal direcionado para a Force Protection – a defesa e segurança dos locais e das pessoas. Nessa categoria estão os Batalhões de Infantaria de Força de Paz enviados pelo Brasil, os BRABATs.

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Aliás, fique sabendo que a partir de 2016, as tropas brasileiras deixarão o Haiti. Até o próximo ano, a expectativa é que o número no país seja reduzido dos atuais 1.343 militares para 850. Os dois outros tipos de peacekeepers atendem por “staff” e “observador militar”.

O primeiro atua em uma função mais voltada para o planejamento e comando, e ocupam células ligadas diretamente às autoridades da Missão. O Observador, por sua vez, é operacional, executor. Atua em campo, coletando informações e as reportando para os escalões superiores.

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Brasil no Comando

A Missão no Haiti é sem dúvida a mais famosa no Brasil. Líder da MINUSTAH desde 2004, o Brasil comanda as forças de paz no Haiti, que tem a participação de tropas de outros 15 países.

Até o 20º contingente já foram empregados mais 30 mil militares brasileiros, do Exército, Marinha e Aeronáutica, no país caribenho. O contingente inclui o Batalhão de Força de Paz (BRABAT), a Companhia de Engenharia (BRAENGCOY) e o Grupamento de Fuzileiros Navais.

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As Forças Armadas brasileiras também estão desde 2011 no comando da missão de paz da UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano). A Marinha do Brasil mantém uma fragata na costa libanesa com o objetivo de impedir a entrada de armas ilegais e contrabandos no país árabe.

Além disso, a força naval – que pela primeira vez comanda uma missão de paz da ONU – tem a incumbência de colaborar com o treinamento da Marinha libanesa. Já a MONUSCO é comandada pelo general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, que a pedido da ONU, encontra-se em seu segundo mandato à frente de uma tropa com 20 mil homens de 18 países.

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A seguir, você confere depoimentos de quem fez, faz e fará parte de missões de paz da ONU. Uma visão interna de peacekeepers – Batalhão, Staff e Observador Militar – testemunhas de um mundo que precisa de nossa ajuda. Imperdível!

Eu fui para o Haiti – Sargento Brenno Almeida Pereira (08 meses no Haiti)

“Em 2012, a Força Aérea me proporcionou a oportunidade de participar daquela que considero, dentre tantas outras, a missão mais importante da minha vida até agora.

Poder integrar um Pelotão de Força de Paz foi uma experiência muito gratificante, onde pude sentir o verdadeiro significado do que é “ser um militar” e ao mesmo tempo representar o meu país, colaborando com a estabilização e a reconstrução de uma nação tão sofrida e totalmente destruída pelo terremoto e pelos conflitos civis.

Sargento Brenno Almeida Pereira

A cada patrulha, cada missão, as energias se renovam, pelo simples fato de conseguir arrancar um sorriso de uma criança ou pelo gesto de gratidão recebido nas ruas.

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Foram 8 meses de noites mal dormidas, com muito suor e trabalho, saudade da esposa e filhas que aqui ficaram, mas que valeram cada segundo pela sensação do dever cumprido, em saber que o pouco que foi feito representou muito para quem vive com praticamente nada, sem nem saber o que comer no dia seguinte. Com certeza, essa foi para mim e para todos os integrantes do 16º Contigente: “A missão de nossas vidas. ANSANM POU LAPÈ!”

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Eu estou na Libéria – Tenente-Coronel Aloísio Secchin Santos (Staff há quase 02 meses na Libéria)

“Cheguei para a missão no dia 12 de abril, num voo que partiu de São Paulo, com conexão em Lomé, capital do Togo, e pernoite em Accra, capital de Gana. O começo de uma jornada que durará um ano. Já em solo africano, pude perceber as medidas de controle contra o ebola. Em todas as chegadas, checaram a temperatura dos passageiros e solicitaram que lavássemos as mãos em solução contendo água sanitária.

Tenente-Coronel Aloísio Secchin Santos

Percebi que a Libéria é um país muito pobre, com graves problemas econômicos e sociais, devastado pelos relativamente recentes conflitos internos, porém, percebi também que seu povo é de uma hospitalidade ímpar. Com 93% de desemprego, vê-se pobreza por todos os lados. Falta tudo: água, saneamento, escolas, transporte público, etc. Mas consigo andar pelas ruas sem receio. Apesar da penúria, há dignidade e respeito.

Quanto ao trabalho na ONU, é mais um desafio: adaptar-se a uma nova realidade, lidando com pessoas das mais diversas nacionalidades, línguas, culturas e costumes. Penso que a balança é desigual. Estou sendo realmente privilegiado por poder contribuir, mesmo que de forma limitada, para uma missão de paz. Os desafios se apresentam todos os dias, mas nada como um dia após o outro para solidificar conhecimentos e poder, em consequência, agregar algo de valor ao todo.”

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A UNMIL (Missão das Nações Unidas na Libéria), onde está o Tenente-Coronel Secchin, foi iniciada em setembro de 2003 pelo Conselho de Segurança da ONU para monitorar o processo de paz após duas guerras civis, que causaram graves problemas ao país.

Considerando as atuais condições de estabilidade política, a UNMIL está em processo de desmobilização, coordenado pela chefe da Missão, Karen Landgren, nomeada Representante Especial do Secretário-Geral e coordenadora das operações das Nações Unidas na Libéria. Com o controle da epidemia do ebola, especialmente após o país ser declarado livre do vírus pela Organização Mundial da Saúde, no último dia 9 de maio, as atividades de desmobilização são mais efetivas.

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A UNMIL possui uma gama bastante variada de atribuições, desenvolvidas por componentes civis, militares e efetivos policiais. Dentro dessa realidade, especial atenção tem sido dada à questão de igualdade de gêneros.

O Tenente-Coronel Secchin, por exemplo, é o responsável pela Seção de Ponto Focal de Gêneros no meio militar, que tem como principal função disseminar as orientações da ONU quanto ao tratamento igualitário entre homens e mulheres, proteção de civis e monitoramento de exploração ou violência contra mulheres e crianças, o que se faz por meio de palestras e reuniões, bem como por questionários voltados ao tema e visitas de inspeção a todo o contingente militar da Missão.

Eu vou para o Sudão – Major Tiago Cortat de Melo (Observador que embarcará para região entre o Sudão e o Sudão do Sul em agosto)

“Tudo começa e termina com o voluntariado, requisito básico para trabalhar na ONU como observador militar e outras funções. Estou me preparando para trabalhar como Military Observer na UNISFA – United Nations Interim Security Force for Abyei – Sudão.

Major Tiago Cortat de Melo

Nessa etapa, a preparação psicológica é fundamental, uma vez que as áreas de atuação da ONU são regiões e países que passaram ou vivem a violência da guerra. Então, é básico estarmos conscientes e preparados para o que poderemos ver nestas regiões, sobretudo as atrocidades que são causadas às crianças, mulheres e idosos, civis refugiados e deslocados que são, em resumo os mais fragilizados quando ocorre um conflito.

Antes do embarque, os militares designados são avaliados no idioma utilizado nas missões, o inglês, e participam do Curso de Preparação para Missões de Paz, realizado no CCOPAB, Centro Conjunto de Operação de Paz do Brasil, Rio de Janeiro. Lá são realizadas as instruções teóricas e práticas num ambiente semelhante ao que os futuros observadores e membros do staff vão encontrar em suas missões.

Ainda existem os protocolos sanitários da ONU: vacinação e inspeções de saúde, que devem ser cumpridas. Recentemente também fiz uma Formação na Língua Francesa no Canadá, voltada para o contexto militar, que também será aplicada durante a missão, pois o francês é a segunda língua utilizada na ONU e largamente falada no continente africano. Desde que soube das intenções para onde eu serei enviado, comecei também a estudar o país, a cultura, os problemas etc.

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Sobre a missão, é como um desafio. Por mais que nos preparemos, existe um misto de ansiedade e incerteza face ao desconhecido, mas ao conversar com outros companheiros que já participaram, e também com o apoio da família e entendendo o propósito da missão, isso aumenta a minha coragem.

Espero voltar com a certeza que representei bem a Força Aérea Brasileira, e o Brasil. Também quero retornar com domínio na prática do CIMIC – Civil-Military Co-operation, no contexto da ONU. E acima de tudo,espero voltar com a certeza de haver contribuído para um mundo melhor.

Família

Por questões de segurança na área da missão, a família não vai junto. Isso gera uma expectativa de ausência difícil de gerir, sobretudo com os filhos, mas conversamos muito e tento mostrar pra eles as razões e eles fingem que “compreendem.”

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FONTE : Força Aérea Blog

Fonte | Fotos: operacional