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Friday, 29 de March de 2024
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Dia da Aviação de Patrulha : O batismo de fogo da FAB completa 73 anos

Força Aérea
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73 anos da Aviação de Patrulha

A Força Aérea Brasileira celebra nesta sexta-feira (22/05) os 73 anos do seu batismo de fogo. Às 13h57 do dia 22 de maio de 1942, também uma sexta-feira, um avião B-25B atacou o submarino Barbarigo, da marinha italiana.

Com 73 metros de comprimento, velocidade de até 30 km/h, dois canhões de 100mm, quatro metralhadoras e oito tubos para lançamento de torpedos, o Barbarigo havia atacado o navio brasileiro Comandante Lyra quatro dias antes. Era a oitava embarcação do País atingida pelas forças do Eixo, mesmo antes da entrada do Brasil na guerra, ocorrida somente em agosto daquele ano.

73 anos da Aviação de Patrulha.5

A guerra estava próxima. Cada voo da FAB, mesmo os de treinamento, passou a ser realizado com a máxima atenção. Qualquer submarino ou embarcação que não pudesse ser identificado seria considerado hostil. Bélgica, França, Holanda, Dinamarca, Noruega, Polônia e outros países da Europa, Ásia e África já estavam ocupados pelo nazi-fascismo. Crescia a importância estratégica do litoral brasileiro, fundamental para o esforço logístico aliado.

Foi nesse contexto que os Capitães Aviadores Parreiras Horta e Pamplona, pilotos do B-25, ainda em formação operacional como patrulheiros, realizaram o ataque. Eles lançaram dez bombas de 45kg sobre o alvo. A embarcação inimiga não afundou, mas aquele seria apenas o primeiro submarino atacado pela FAB na Segunda Guerra Mundial. Até o final do conflito no Atlântico Sul, 11 deles foram afundados em cerca de 15 mil missões de patrulha.

B-25J1

Aviação de Patrulha

Além dos B-25, a FAB utilizou vários modelos de aeronaves nas missões de defesa da costa brasileira, entre eles o PBY-5 Catalina, A-28 Hudson, PV-1 Ventura e PV-2 Ventura. Após a guerra, a Aviação de Patrulha iria ainda operar os modelos P-15 Neptune e P-16 Tracker, além dos P-95 Bandeirulha e P-3AM Orion, os dois últimos atualmente em operação.

Ordem do Dia – Palavras do Comandante do COMGAR

BRASÍLIA, 22 DE MAIO DE 2015.

O Brasil ainda não havia declarado guerra ao eixo, mas, em 18 de maio de 1942, houve o primeiro ataque a embarcações brasileiras nas águas do Atlântico Sul: o navio Comandante Lira, do Lloyd Brasileiro, com 52 tripulantes a bordo, foi atacado pelo submarino italiano BARBARIGO, causando a morte de brasileiros.

Representação artistica da B-25 quando atacou um submarino alemão

Quatro dias depois, nos arredores de Fernando de Noronha, o submarino BARBARIGO foi avistado e um B-25 MITCHELL, do Agrupamento de Aviões de Adaptação, que decolara de Fortaleza na sua busca, realizou uma salva de dez bombas. Assim, aconteceu o primeiro ataque da Força Aérea Brasileira a submarinos e, por esta razão, no dia 22 de maio, comemora-se o Dia da Aviação de Patrulha.

Naquela época, o desafio de patrulhar a imensidão do Atlântico Sul continuava incessante, diante de diversas investidas de navios e submarinos do Eixo. Foi nesse cenário que o Major-Brigadeiro do Ar TAUNAY, Patrono da Aviação de Patrulha, realizou 67 missões, voando nas aeronaves A-28A HUDSON e PBY-5 CATALINA. Seu batismo de fogo ocorreu no dia 30 de outubro de 1943, quando fazia, a bordo de uma aeronave CATALINA, uma missão de cobertura aérea de comboio. Ao avistar um submarino inimigo, ao largo de Cabo Frio, realizou ataque com bombas de profundidade e tiros de metralhadora, tendo enfrentado reação antiaérea. O avião foi atingido no motor, na fuselagem e na empenagem, e dois tripulantes foram feridos pelos tiros da artilharia antiaérea.

PBY Catalina na FAB

Por tamanha bravura, ele recebeu do Ministro da Aeronáutica, Dr. Joaquim Pedro Salgado Filho, a seguinte mensagem de louvor: “Tomando conhecimento da parte relativa ao ataque feito a um submarino inimigo, no dia 30 de outubro findo, por um avião da Unidade Volante da Base Aérea do Galeão, tenho grande satisfação em louvar o Capitão Aviador Dionisio Cerqueira de Taunay, comandante do avião, e sua tripulação, pela bravura com que, evidenciando mais uma vez a eficiência da Força Aérea Brasileira, se conduziram no Combate travado e que resultou no afundamento do submarino”.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, cerca de 30 navios brasileiros haviam sido atacados pelas forças do Eixo, sendo 17 em águas territoriais brasileiras. Muitos militares da FAB tiveram suas vidas sacrificadas, mas, certamente, esse número teria sido muito maior se a Aviação de Patrulha não tivesse atuado com profissionalismo e comprometimento no cumprimento das missões, naquele significativo momento histórico. Os relatos posteriores dos submarinistas inimigos afirmavam que a presença de aviões sobre as águas impossibilitava sua observação na superfície e, por conseguinte, sua movimentação tática, fazendo-os retroceder. Estas informações confirmam o quão importantes foram os feitos da nossa Aviação, resguardando vidas de brasileiros e a soberania da Pátria.

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No imediato pós-guerra, de todas as bases existentes na costa, apenas Salvador permaneceu sediando uma Unidade de Patrulha Marítima – o 1º/7º GAV, fundado em 1947, a partir do Escalão Móvel da BASV, tendo continuado a operar grandes aviões de longo alcance como o PV-1 VENTURA e o PV-2 HARPOON.No final da década de 1950, chega o primeiro P-15 NETUNO, cuja notável autonomia e, por conseguinte, de permanecer mais próximo de Deus, suscitou a alcunha de “Olimpus” para os seus tripulantes.

Na década de 1960, é criado o 1º Grupo de Aviação Embarcada, para operar os P-16 TRACKER – aeronave altamente operacional com capacidade antissubmarino, embarcada no porta-aviões Minas Gerais. No final da década de 70, a aeronave P-95 BANDEIRULHA foi incorporada à FAB, com o objetivo de substituir os P-15. Acrescido de tanques de ponta de asa, radar de busca de superfície e pontos duros para instalação de cabides sob as asas, dentre outras inovações, o P-95 voou pela primeira vez em 1977. Após alguns anos, foi lançada uma nova versão, o P-95B, com um novo radar e com equipamento MAGE.

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Mas, para que os sensores modernos e eficientes fossem incorporados aos vetores de patrulha, fez-se necessário o desenvolvimento doutrinário em Guerra Eletrônica. Isso tomou força em 1987, com a criação do primeiro curso na FAB, nas dependências do 1º/7º Grupo de Aviação. Dele, advém o atual Curso Doutrinário de Guerra Eletrônica, hoje ministrado no Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE).

Depois desse longo processo de desenvolvimento doutrinário, e após muitos anos de perseverança e esforço, em 2011, com a chegada do P-3AM ORION, a FAB assistiu ao renascimento de uma Aviação de Patrulha ainda mais eficiente, com capacidade operacional de operar em uma grande variedade de cenários táticos e de cobrir toda a área de busca e salvamento sob a responsabilidade do Brasil no Atlântico Sul. Esta aeronave resgatou a versatilidade operacional no teatro de Operações Marítimo, que explora todo o espectro eletromagnético e vasculha as profundezas, no exercício da dissuasão e no cumprimento de missões contra submarinos, a mais letal das armas navais.

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Contudo, de nada adiantaria a melhoria das máquinas, se não fosse o que a Aviação de Patrulha tem de melhor e mais importante: o espírito do Patrulheiro. Espírito este que adentra ao mar por longas horas de voo, ouvindo somente o roncar dos motores, muitas vezes distante mais de 200 milhas da costa, mas com a certeza de estar levando a Bandeira do Brasil aos rincões mais longínquos do Atlântico Sul. Não fossem os ORUNGANS, PHOENIX e NETUNOS, como fizeram no passado também os CARDEAIS, não se confirmaria que aquela imensidão de água pertence a uma Nação Soberana e está sendo vigiada pelo céu, nas Asas da Aviação de Patrulha, nas Asas da Força Aérea Brasileira.

p-3 BR

SALVE A PATRULHA!

TEN BRIG AR GERSON NOGUEIRA MACHADO DE OLIVEIRA

COMANDANTE-GERAL DE OPERAÇÕES AÉREAS

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Fonte | Fotos: cecomsaer