News

Em celebração do dia do Soldado em Brasília, empresários gaúchos são agraciados com a Medalha Exército Brasileiro

Forças Armadas e sociedade civil transportam 3,6 mil toneladas de donativos ao Rio Grande do Sul na maior campanha humanitária já registrada no país

Embraer e FAB colaboram com logística e doações para o Rio Grande do Sul

P-3AM Orion faz primeiro voo com novas asas

ABIMDE coordenou empresas brasileiras na Defence Service Asia 2024

KC-390 Millennium transporta Hospital de Campanha da FAB para Canoas

Hospital de Campanha da Marinha inicia atendimentos no RS nesta quinta-feira (9)

Thursday, 03 de October de 2024
Home » História » Um jipe do 1º GAvCa nas ruas de São Paulo

Um jipe do 1º GAvCa nas ruas de São Paulo

Diversos

spina

Circulando pelas ruas movimentadas de São Paulo está um nostálgico jeep Ford GPW 1942 ostentando cor e marcações de um veículo militar, conduzido por um jovem senhor trajando uniforme da época da Segunda Guerra Mundial e os óculos estilo aviador. Muitos podem acreditar que alguém criou uma máquina do tempo e aquele cidadão há via sido o primeiro a atravessá-la com sua viatura. Entretanto, estão diante de Marcos Cesar Spinosa, um advogado paulistano que elegeu na paixão por veículos militares antigos a sua forma de contribuir com a preservação de uma importante fatia da história brasileira. Um dos fundadores do Jeep Clube do Brasil e fundador da Associação Paulista de Veículos Militares Antigos, Spinosa iniciou sua história junto ao GPW 1942 ainda na década de 80.

“Comprei o veículo de um arqui-teto em 1988 e este adquiriu em um leilão do Exército em 1952. Ele serviu na instrução de soldado do curso de material bélico da Academia Militar de Realengo. Está cerca de 90% original,” comenta o empolgado proprietário. O maior valor pago na aquisição  da viatura não foi financeiro. Spinosa assumiu com o antigo proprietário a “missão” de restaurar o carro e manter suas características originais. O veículo foi totalmente desmontado e teve motor, cambio, caixa de transferência, caixa de direção e diferenciais refeitos, uma coisa comum para quem se aventura na tarefa de restaurar uma viatura deste tipo. Percebeu que a missão havia sido cumprida com louvor quando teve a oportunidade de apresentar o carro e emocionar o antigo dono.

Na hora de pintar seu GPW, o colecionador optou por homenagear o 1º Grupo de Caça e seus heróis que lutaram nos céus da Itália. Buscando a maior fidelidade possível, Spinosa realizou uma minuciosa pesquisa que contou com a ilustre participação do comandante Alberto Martins Torres, um dos veteranos mais voados do 1º GAvCa na guerra. O experiente aviador acompanhou cada momento do restauro do veículo, sendo uma das principais fontes de informação para trazer à vida a viatura utilizada por ele em terras italianas. Coroando esta relação histórica com o “Grupo de Caça”, o carro recém-restaurado foi utilizado para transportar o Brigadeiro Nero Moura em uma celebração do Dia da Aviação de Caça na Base Aérea de Santa Cruz.

Valentes como os jeeps que cruzaram os campos de batalha transportando toda ordem de suprimentos e pessoal, os preservadores de viaturas militares são verdadeiros mecenas da história militar brasileira. Reunidos na Associação Brasileira dos Preservadores de Viaturas Militares, mantém junto ao Exército Brasileiro o projeto do Museu Vivo de Viaturas Militares Antigas de Valor Histórico do Rio de Janeiro, que realiza exposições frequentes no estado e assessora as Forças Armadas quando surge o interesse pela restauração de alguma viatura. O trabalho vem sendo responsável por aproximar cada vez mais a população da força terrestre e da história militar brasileira.

No ano de 2009, Marcos Cesar Spinosa teve o prazer de participar do projeto “Caminho dos Heróis”. Liderados pelo músico e preservador João Barone, 22 brasileiros foram à Itália para percorrer as localidades por onde a Força Expedicionária Brasileira passou em sua saga durante a Segunda Guerra Mundial. Montese, Pistoia, Monte Castelo, Fornovo Di Taro, Collecchio… todas as cidades foram percorridas. O carinho e gratidão que a “tropa brasileira” recebeu dos italianos foi registra-do em vídeo dando origem a um documentário.

Um dos incentivadores da presença dos veículos militares no antigomobilismo, Marcos Cesar Spinosa diz que o cuidado e a preservação das viaturas proporciona um bem estar maior ao proprietário que ao próprio carro.

“Para aqueles que se interessam por história militar e antigomobilismo, a preservação de veículos militares pode ser um lazer que trará grande satisfação, seja pelas amizades que vier a fazer, pela participação nas atividades dos grupos ou pelo próprio lazer em si.”

Fonte | Fotos: Operacional