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Friday, 11 de October de 2024
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Dia do Soldado Polonês é celebrado no Rio de Janeiro

Diversos

No último dia 08, foi realizada no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, cerimônia alusiva ao Dia do Soldado Polonês. A solenidade, organizada pela Stowarzyszenie Polskich Kombatantow (Associação dos Ex-Combatentes Poloneses), foi presidida pelo do Gen Div Carlos Alberto Mansur, Diretor do Patrimônio Histórico e cultural do Exército, e contou com a presença da Sra. Marta Olkowska, Encarregada de Negócios da Polônia no Brasil;  do Maj Brig Leonidas de Araújo Medeiros Junior, subcomandante da Escola Superior de Guerra; do V Alte José Carlos Mathias, Diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha; do Gen Bda Sergio Schwingel, Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste; do Brig Fernando Cesar da Costa e Silva Braga, comandante da ALA 11; do Cel Franz Rommel França do Nascimento,comandante do MNMSGM; e do Ten Cel Eng Ignacy Felczak, ex-combatente da segunda Guerra Mundial e presidente da Associação dos Ex-Combatentes Poloneses no Brasil.

A solenidade que tinha por objetivo comemorar o Dia do Soldado Polonês e a Independência da Polônia foi marcada por muita emoção. Uma coroa de flores foi depositada no túmulo do soldado desconhecido e rosas foram depositadas nas sepulturas dos soldados brasileiros de origem polonesa que tombaram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Durante a cerimônia autoridades militares e civis foram agraciadas com as medalhas “Pró-Pátria” e “Zwycięstwa”.

Em seu discurso, o Ten Cel Eng Ignacy Felczak destacou a luta pela liberdade do povo polonês e o sofrimento enfrentado durante a Segunda Guerra Mundial.

A Polônia na Segunda Guerra

A Polônia foi um dos países que mais sofreu com a Segunda Guerra Mundial. Na madrugada de 1° de setembro de 1939, uma semana depois da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop, o país foi atacado e invadido pela Alemanha Nazista e pela Eslováquia. O Exército alemão empregou suas melhores unidades na “Campanha de Setembro”, engajando em combate 37 Divisões de Infantaria, uma Divisão de Montanha, quatro de Divisões de Infantaria Motorizada, quatro Divisões Blindadas Leves, Seis divisões Panzer, uma Brigada de Cavalaria e outras unidades de menor porte. O episódio que marcou o início da Segunda Guerra Mundial, marcou também o início do sofrimento polaco, agravado pela invasão pela União Soviética em 17 de setembro de 1939. O povo polonês foi massacrado durante os anos de ocupação nazista e mais de seis milhões de poloneses, sendo 95% civis, encontraram a morte. O país, dividido por nazistas e comunistas, tornou-se o epicentro do programa de extermínio de judeus europeus. Situavam-se na Polônia ocupada os principais campos de concentração − Auschwitz, Treblinka, Sobibor, Belzec, Chelmno e Maidanek, de onde apenas 10% dos 3,3 milhões de judeus poloneses conseguiram se salvar.

O Exército polaco, que ficou famoso em algumas fontes, através de sua cavalaria hipomóvel, comandada pelo coronel Kazimierz Mastelarz, que lançou uma carga de sabre contra os modernos blindados alemães, possuía em suas forças uma doutrina militar obsoleta, relíquia de épocas passadas, tornando a tropa pouco eficiente frente ao Exército Alemão. Lutando sozinha, contra alemães e soviéticos, já que foi abandonada pelo Reino Unido e França, que esperavam que a resistência polonesa suportasse o ataque alemão durante alguns meses, a Polônia sucumbiu após esgotar todos os seus meios de defesa.

A brava resistência polonesa

Entretanto, a Batalha de Bzura,  entre as forças polacas e alemãs, demonstrou que a Polônia iria oferecer uma luta heróica de resistência contra os nazistas. O Armia Krajowa (AK), importante movimento de resistência polonesa durante a ocupação, atuou em conjunto com o Governo polonês exilado e o Estado Secreto Polaco (Polskie Państwo Podziemne), durante toda a guerra contra as forças oponentes. No auge de suas forças, o AK chegou a possuir um efetivo 380 mil homens, incluindo 10 mil oficiais. Cerca de 100 mil homens deste efetivo morreram em combate. O auge desta resistência se deu durante o “Levante de Varsóvia”, iniciado em 1 de agosto de 1944, e que tinha como objetivo retomar a capital polonesa e distrair os alemães, enquanto o Exército Vermelho atacava pelo Leste. Contudo, o avanço das forças soviético foi retardado pelos nazistas antes que os mesmos chegassem a Varsóvia. Mesmo tendo dominado os entornos de Varsóvia em meados de setembro, os soviéticos não avançaram em apoio as tropas polacas, pois era objetivo dos comunistas dominarem a Polônia sem nenhum tipo de resistência local. Mesmo sozinhos em Varsóvia, os poloneses resistiram bravamente. Em um primeiro momento, chegaram a obter uma vantagem, conseguindo isolar e comandar partes significativas da cidade. Contudo, já com mais de 15 mil poloneses mortos, o exército alemão reconquistou o domínio em 2 de outubro de 1944.

O Brasil e a Polônia na Guerra

A resistência polonesa contra o Nazismo não acontecia somente na Europa. No Brasil, após o início da Segunda Guerra Mundial, foi criado, com apoio da Cruz Vermelha Brasileira, o Comitê de Socorro às Vitimas da Guerra na Polônia. Vários poloneses que viviam no Brasil se voluntariaram para trabalhar neste Comitê. Além da União dos Voluntários Poloneses da América Latina, foi criada no Rio de Janeiro em 1943, a Casa do Soldado Polonês, que recebeu mais de 550 voluntários dispostos a se juntarem a resistência na Europa. Outros poloneses,  que viviam no Brasil, decidiram lutar contra o Nazismo nas fileiras da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Além de apoiar a resistência polonesa com envio de suprimentos, o Brasil tornou-se o destino de muitos polonses refugiados e que encontram aqui um novo lar após a guerra. Foram estes poloneses que criaram, em 1946, a Federação Mundial dos Ex-Combatentes Poloneses (SPK – Stowarzyszenie Polskich Kombatantów), existente até os dias atuais. O objetivo da instituição é difundir a história daqueles que sacrificaram a vida na luta pela independência da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial.

Após a cerimônia, as bandeiras da Polônia e do Brasil permaneceram até ao final do dia nos maiores mastros da cidade, simbolizando a união das duas nações.

Fonte | Fotos: Redação | SD Paulo Victor