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Friday, 08 de November de 2024
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AMX: 30 anos de um sonho que deu certo

Diversos
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Equipe das três empresas responsáveis pelo desenvolvimento do AMX. Entre eles, Ozires Silva, Ozílio Silva, Adalto Ferreira da Silva e Antônio Garcia da Silveira em 1983

Em meados da década de 1970, a Embraer já havia conquistado reconhecimento no mercado aeronáutico e cogitava estreitar parcerias com empresas estrangeiras. Visava, assim, ampliar seu portfólio de aeronaves e também atender à demanda do Ministério da Aeronáutica (MAer) do Brasil para modernizar a Força Aérea Brasileira (FAB). Em 1976 ocorreram os primeiros estudos para a fabricação de um avião subsônico em parceria com a empresa italiana Macchi que, à época, já desenvolvia um projeto avançado de jato, lançado no ano seguinte sob a designação MB 340.

Com o objetivo de priorizar maior participação brasileira no desenvolvimento do projeto e conciliá-lo às necessidades da Força Aérea Italiana, a Embraer e as empresas Aeritália (hoje Alenia Aeronautica) e Macchi (hoje Aermacchi) associaram-se, em 1978, optando pela criação do programa do caça subsônico AMX, cuja sigla corresponde a A de Aeritália, M de Macchi e X de experimental. Em 1980, após um período de revisão dos trabalhos e atribuições, autoridades aeronáuticas brasileiras anunciaram na Feira Internacional de Farnborough, na Inglaterra, a decisão de integrar o programa italiano. Em 27 de março de 1981 foi assinado o acordo que oficializou a parceria entre os dois países.

A Decolagem 

O acordo determinava que as companhias italianas fossem responsáveis por cerca de 70% do programa e a Embraer pelos 30% restantes. À Embraer coube o desenvolvimento e a fabricação das asas, tomadas de ar do motor, estabilizadores horizontais, pilones subalares e os tanques de combustível. A empresa brasileira também participou ativamente em todo projeto dos sistemas de trem de pouso, navegação, ataque, comandos de voo e controle de armamentos. Para a campanha de ensaios em voo no Brasil, a Embraer construiu dois protótipos e um corpo de testes de fadiga.

O AMX foi concebido como caça-bombardeiro a jato, monomotor, especializado para missões de ataque, privilegiando robustez e confiabilidade para missões de alta exposição. Compatível com as dimensões continentais do Brasil e a utilização na Europa, o projeto considerou a necessidade de longo alcance, incluindo capacidade de reabastecimento em voo. Além disso, incorporou novas tecnologias, como avançados sistemas de computação, navegação, ataque e contra-medidas eletrônicas.

Program workshare do AMX

O projeto introduziu, entre outras inovações da época, novas tecnologias como o HOTAS (Hands On Throttle And Stick), que concentra os comandos de navegação e ataque no manche, o Head-Up Display, visor que reúne informações de voo e de navegação, o Multifunctional Display, visor multifunção e contramedidas eletrônicas RWR (Radar Warning Receiver). Na FAB, o jato desempenha missões de ataque ao solo, apoio aéreo e reconhecimento tático. Equipado com turbinas Rolls-Royce, o subsônico era considerado um “avião invisível”, ou seja, sua Caixa de Contra-Medidas Eletrônicas (ECM) emitia sinais contínuos para ultrapassar incólume aos radares e demais sensoriamentos.

Brasil e Itália ganham os céus

A apresentação oficial do avião ocorreu na Itália em 15 de maio de 1984 e o primeiro protótipo do AMX construído no Brasil – o quarto do programa – realizou seu voo inaugural em 16 de outubro de 1985, em São José dos Campos, pilotado pelo comandante Luiz Fernando Cabral. O rollout da aeronave ocorreu no dia 22 do mesmo mês e contou com a presença de autoridades brasileiras e italianas.

Em 1988, o primeiro AMX de fabricação seriada voou na Itália e as primeiras entregas à FAB e à Força Aérea Italiana ocorreram no ano seguinte.Até o ano 2000, aproximadamente 200 aviões deste tipo foram produzidos. O AMX também contabiliza 252 missões de combate voadas pelos esquadrões italianos, sem nenhuma aeronave perdida. No Brasil, o caça – designado A-1 pela FAB – é operado pelo primeiro (Poker) e terceiro (Centauro) esquadrões do 10º Grupo de Aviação, da Base Aérea de Santa Maria (RS), e pelo primeiro esquadrão (Adelphi) do 16° Grupo de Aviação da Base Aérea de Santa Cruz (RJ).

A participação direta no desenvolvimento do Programa AMX também permitiu à Embraer absorver tecnologias avançadas nas áreas da propulsão a jato, sistema de comando de voos fly-by-wire, sistema de controle de armas e pontaria, barramento digital e desenvolvimento de softwares embarcados. Este legado foi imprescindível para o desenvolvimento do jato regional ERJ 145, avião que marcou a história da Embraer e elevou a indústria aeronáutica brasileira à condição de líder mundial. Além das inovações tecnológicas, o AMX também legou à Embraer a experiência em desenvolvimento integrado do produto com parceiros internacionais. Este modelo de gestão foi ampliado e aplicado em diversos programas da Embraer, como o próprio ERJ 145 e a família de jatos comerciais E-Jets.

Rollout no Brasil, 22 de outubro 1985

Um novo AMX para a FAB

O alto desempenho obtido pelo AMX na FAB levou o Comando da Aeronáutica (Comaer) a decidir pela modernização do A-1, tarefa que coube à Embraer. Anunciado em 2009 ,o programa A-1M prevê a revitalização e a modernização dos caças e inclui a incorporação de novos sistemas de navegação, armamentos, geração de oxigênio, radar multímodo e contramedidas eletrônicas, além da revisão estrutural.As inovações agregadas possibilitaram, entre outras melhorias, a redução da carga de trabalho dos pilotos em combate ao substituir indicadores analógicos por telas digitais multifuncionais, otimizando funções de comando e armamento.

Desde 2013, o A-1M está operando na FAB e introduziu inúmeras outras vantagens operacionais, tais como o aprimoramento da doutrina de emprego da frota, o melhor rendimento das horas de voo e a redução dos custos de manutenção e operação. O programa também beneficia a geração de tecnologia brasileira na área de sistemas aviônicos e desenvolvimento de softwares embarcados, provendo autonomia para o Brasil e fomentando iniciativas relacionadas à eletrônica em defesa.

Com crescente atuação no mercado global, os produtos e soluções da Embraer Defesa & Segurança estão presentes em mais de 60 países. Líder na indústria aeroespacial e de defesa da América Latina, a Unidade de Negócios beneficiou-se de um longo passado de realizações da Embraer que, desde a década de 1970, cumpre papel estratégico na defesa da soberania nacional.

FONTE & FOTOS: Embraer

Fonte | Fotos: operacional